Na noite de 30 de outubro, já proclamado presidente-eleito, Lula montou um palco universal do qual falou para líderes das maiores potências ocidentais e não-ocidentais, que tudo conferiram tendo à mão a Carta da ONU.
Compromissos com a Amazônia, o clima, a segurança alimentar, a paz no mundo, o combate à miséria e à fome, sua paixão exacerbada pela democracia. E a vitória, que Lula atribuiu a todos os brasileiros, incluindo seus adversários.
Pausa. Lula retoma a leitura, e agora fala do palanque para sua plateia, a massa lulopetista. Resumindo: vou fazer tudo de novo: ressuscitar o bolsa família, recriar o Conselhão Consultivo, ressuscitar o Programa de Aceleração do Crescimento.
Bolsa família, mas sem menção à renda mínima. O Conselhão Consultivo da Presidência – convescote de famosos no Planalto. O PAC, que levou Dilma à falência. As grandes assembleias de grupos de pressão para apresentar ao governo em nome da sociedade.
O único debate sobre o rumo da economia não é sobre o que substitui o teto de gastos, é o tamanho do rombo que, pelo se comenta, não será um teto, mas sim um triplex.